FATOS PARA DEBATE EM PLENÁRIA
Sarau das Estações: Primavera G1
‘Sarau das Estações’ acontece em Aracaju
Evento gratuito vai debater acontecimentos marcantes para construção da história brasileira na primavera.
Por G1 SE
Centro Cultural de Aracaju funciona no antigo prédio da alfândega — Foto: Edinah Mary/Funcaju/Arquivo
Acontece na próxima sexta-feira (19) a terceira edição do Sarau das Estações, intitulado de ‘Primavera Social’. O evento é gratuito e tem o intuito de promover discussões sobre os acontecimentos que foram marcantes para construção da história brasileira na primavera.
Realizado pela Biblioteca Mário Cabral, unidade vinculada à Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), em parceria com o Centro Acadêmico de Biblioteconomia e Documentação da UFS (Cabed) e o grupo de pesquisa Plena a programação acontece no Teatro João Costa, no Centro Cultural de Aracaju.
A partir das 14h com a mesa redonda e com fotógrafos expondo suas imagens sobre o racismo. Logo em seguida, serão realizadas apresentações culturais abordando temáticas como: o Dia Internacional dos Povos Indígenas, a consciência negra, o poeta, como também a instituição do voto da mulher, além de muitos outros episódios históricos que se destacam nessa estação.
Verônica Cardoso, coordenadora da Biblioteca Mário Cabral, conta que o principal objetivo da ‘Primavera Social’ não é só realizar um momento de descontração. “Compreender que possuímos a responsabilidade de conscientizar o público sobre importância de exercer o respeito, a tolerância e, principalmente, a valorização diante dos momentos históricos, chamando atenção para as questões atuais”, contou.
Os interessados em participar das apresentações artísticas e apreciar o evento têm direito a um certificado, mas para garantir é preciso fazer a inscrição através do link. Mais informações podem ser obtidas através do número 3214-5387.
Reportagem: O que se sabe sobre o incêndio
O que se sabe sobre o incêndio
no Museu Nacional, no Rio
Fogo destruiu o acervo com mais de 20 milhões de itens.
PF investiga causas do incidente, que ocorreu após horário
de visitação e não deixou feridos.
Por G1
Vista aérea do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído após incêndio de domingo (2) — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF/Estadão Conteúdo
Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Zona Norte do Rio, entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira (3). Maior museu de história natural do Brasil, o local tinha um acervo de 20 milhões de itens, como fósseis, múmias, peças indígenas e livros raros.
Em seis horas de incêndio, 90% do acervo do Museu Nacional se perdeu
Veja o que se sabe sobre o museu e sobre o incêndio:
Causas da tragédia
- Ainda são desconhecidas. A Polícia Federal vai investigar.
- Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão falou sobre possíveis hipóteses, como curto-circuito e queda de balão.
Como o incêndio ocorreu
- As chamas começaram às 19h30 do domingo (2), depois de encerrado o horário de visitação.
- Ainda não se sabe em que local do museu o fogo começou.
- Boa parte da estrutura do prédio era de madeira, e o acervo tinha muito material inflamável – o que fez o fogo se espalhar rapidamente.
- Apenas quatro vigilantes estavam no local, mas eles conseguiram sair a tempo. Ninguém ficou ferido.
Como foi o combate às chamas
- Os bombeiros chegaram ao local logo depois de iniciado o incêndio, mas, segundo eles, os dois hidrantes próximos ao Museu Nacional não tinham pressão suficiente.
- O comandante-geral, coronel Roberto Robadey Costa Junior, disse que a falta de água atrasou os trabalhos em meia hora.
- Bombeiros buscaram água de lago e precisaram pedir caminhões-pipa.
- A Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) disse que uma "equipe se apresentou no local para verificar a necessidade de apoio aos bombeiros [...]. A Cedae disponibilizou carros-pipa que estão à disposição para uso dos bombeiros, mesmo com a região estando plenamente abastecida”.
- O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Lehrer, criticou a atuação do Corpo de Bombeiros: "Há reserva para água no museu. A própria equipe da prefeitura universitária e escritório técnico orientou os bombeiros onde buscar água. Tivemos certamente problemas de logística".
- O diretor do museu, Alexander Kellner, afirmou que o uso de água para apagar as chamas pode ter prejudicado o acervo.
- A chuva durante a madrugada desta terça-feira (4) ajudou a apagar alguns focos de incêndio.
Museu Nacional abrigava o maior acervo da América Latina
Riscos de desabamento
- A Defesa Civil do Rio de Janeiro informou na segunda (3) que o local está interditado. Técnicos do órgão identificaram que "existe um grande risco de desabamento, que pode ocorrer com a queda de trechos remanescentes de laje, parte do telhado que caiu e paredes divisórias do prédio".
- Na área externa, no entanto, a avaliação destaca que "devido à espessura das fachadas, não há risco iminente".
Por que o museu é importante
- Criado por D. João VI em 1818, o museu completou 200 anos em junho deste ano. Era a instituição científica mais antiga do país.
- Ele tem coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia. Eram mais de 20 milhões de itens.
- Foi lá que a princesa Leopoldina, casada com D. Pedro I, assinou a Declaração de Independência do Brasil em 1822.
- Anos depois, também foi palco para a primeira Assembleia Constituinte da República, entre novembro de 1890 e fevereiro de 1891, que marcou o fim do Império no Brasil.
Museu Nacional tem acervo de 20 milhões de itens e era o maior museu de história natural do país — Foto: Reprodução/Museu Nacional
Tesouros do acervo do Museu Nacional
- O crânio de Luzia, fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas.
- Trono do rei de Daomé, presente dado por um rei africano a Dom João VI e um dos primeiros itens do acervo do museu.
- Bendegó, meteorito de 5 toneladas que é o maior já encontrado no Brasil. Único item que ficou intacto após o incêndio.
- Múmias e objetos egípcios raros comprados por Dom Pedro I e Dom Pedro II, que formavam a maior coleção egípcia da América Latina.
Museu Nacional: arte mostra o que havia em cada um dos pavimentos do prédio destruído por incêndio — Foto: Infográfico: Claudia Peixoto, Juliane Monteiro e Karina Almeida/G1
O que foi salvo do fogo
- Meteorito Bendegó.
- Parte da coleção de zoologia.
- Biblioteca central do museu, outros minerais e algumas cerâmicas.
- Herbário.
- Departamento de zoologia de vertebrados.
- Um crânio - que pode ser de Luzia.
O que foi perdido
- Tudo que estava no prédio principal, exceto meteoritos.
- Acervo mobiliário do 1º Reinado.
- Peças herdadas da família imperial.
Problemas estruturais do palácio
- O Museu Nacional estava em situação irregular junto aos bombeiros, segundo a corporação. "Há cerca de um mês a organização do Museu entrou em contato com nosso pessoal e teria conseguido recursos. Eles queriam se regularizar junto ao Corpo de Bombeiros, mas não deu tempo", disse coronel Robadey.
- Três dias após o incidente, a corporação confirmou que o museu não tinha um Certificado de Aprovação atualizado. O documento atesta a conformidade das condições arquitetônicas da edificação (área construída, número de pavimentos), bem como as medidas de segurança exigidas pela legislação (extintores, caixas de incêndio, iluminação e sinalização de segurança, portas corta-fogo).
- De acordo com a vice-diretora, Cristiana Serejo, o local era extremamente frágil e não tinha portas corta-fogo.
- O imóvel não tem seguro.
- O telhado foi restaurado há menos de quatro anos e a estrutura de madeira dele foi totalmente comprometida no incêndio.
- A instituição vinha sofrendo com falta de recursos e tinha sinais de má conservação, como fios elétricos aparentes, cupins e paredes descascadas.
- As condições precárias já estavam sendo investigadas pelo Ministério Público Federal havia 2 anos.
- O especialista Marconi Andrade, do grupo SOS Patrimônio, disse que havia denunciado várias vezes o estado de abandono do local e que a fiação era muito antiga, revestida com tecido.
- O Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse à GloboNews que um contrato de revitalização do Museu Nacional foi assinado em junho, mas não houve tempo para que o projeto pudesse acontecer. Segundo ele, houve "negligência" em períodos anteriores.
Acesso aos quartos da família real no terceiro andar do Museu Nacional — Foto: Reprodução
Infiltração do forro centenário em um dos quartos da família real — Foto: Reprodução
Projeto de revitalização
- A proposta do museu era retirar do palácio e levar para prédios anexos os materiais inflamáveis do acervo. São animais mantidos em frascos com álcool e formol.
- De acordo com Luiz Fernando Dias Duarte, diretor-adjunto do museu, parte deste acervo inflamável já havia sido retirado, mas outra parte ainda estava lá.
- O diretor diz que o projeto previa ainda a instalação de extintores, remodelação e modernização do prédio.
- A liberação da verba de R$ 21 milhões, conseguida no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), ocorreria após as eleições para evitar sanções previstas na Lei Eleitoral.
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