Praça São Francisco, São Cristóvão/SE. Fonte: Acervo IPHAN.
São Cristóvão, a primeira capital de Sergipe
O conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de São Cristóvão concentra o maior número de ações do IPHAN em Sergipe. Os primeiros tombamentos ocorreram na década de 1940 e o conjunto foi tombado em 1967. A cidade é considerada um registro único e autêntico de um fenômeno urbano singular no Brasil, período durante o qual Portugal e Espanha estiveram unidos sob uma única coroa, nos reinados de Felipe II e Felipe III, entre 1580 e 1640.
Em São Cristóvão, houve a fusão das influências das legislações e práticas espanhola e portuguesa na formação de núcleos urbanos coloniais. Primeira capital de Sergipe e quarta cidade mais antiga do Brasil, está situada no alto de uma encosta e, portanto, dividida entre cidade baixa e alta, onde as construções religiosas determinam seu traçado. O chão de pedra, a arquitetura colonial, as igrejas e museus compõem o seu patrimônio histórico, artístico e cultural. A música faz parte desse cenário secular.
Primeira capital do atual Estado de Sergipe, São Cristóvão foi fundada em 1590, sendo considerada a quarta cidade mais antiga do Brasil. Durante a invasão holandesa, de 1630 a 1654, a cidade foi praticamente destruída. O processo de reconstrução foi lento e a arquitetura religiosa teve papel preponderante na nova configuração. A Praça São Francisco é um conjunto monumental excepcional e homogêneo, composto de edifícios públicos e privados que representam o testemunho único do período durante o qual as coroas de Portugal e Espanha estiveram unidas, entre 1580 e 1640.
A Praça - reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco em 3 de agosto de 2010 - constitui um assentamento urbano que funde os padrões de ocupação do solo seguidos por Portugal e as normas definidas para urbes estabelecidas pela Espanha. Vários edifícios históricos da cidade são tombados individualmente pelo Iphan, entre 1941 e 1942, como a Igreja e Convento de São Francisco, a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias, a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, o Conjunto Carmelita, a Igreja de Nosso Senhor dos Passos e o sobrado de Balcão Corrido da Praça da Matriz, entre outros exemplares da arquitetura civil e religiosa. Em 1967, o conjunto urbano de São Cristóvão foi tombado.
Implantada de acordo com o comprimento e a largura exigida pela Lei IX das Ordenações Filipinas, a Praça São Francisco incorpora o conceito de Praça Maior tal como empregado nas cidades coloniais da América hispânica, inserida no padrão urbano português de cidade colonial em uma paisagem tropical. Por isso, pode ser considerada uma simbiose notável do planejamento urbano de cidades de origem ibérica. Edifícios institucionais civis e religiosos relevantes, sendo o principal deles o complexo da Igreja e Convento de São Francisco, cercam a praça.
A integridade da propriedade está assegurada uma vez que em seus limites estão compreendidos os atributos necessários para transmitir seu valor universal excepcional, que estão intactos e completos e não se encontram sob ameaça. A praça e as construções associadas contidas no sítio inscrito são autênticas em retratar sua importância histórica e social para a vida da cidade. As obras realizadas no conjunto têm mantido suas características, melhorando a infraestrutura, comodidade e segurança dos pedestres.
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